Terno Hemoglobino

Flor de endro



Terno hemoglobino



I.


Repousam casas de crinas intocadas quando deitavam no acaso. Já sutis, jazentes, os entes, suas metástases. Com o medo da palavra. O escancarado medo dominado da palavra arrancada. Pontiaguda a ponte de sutis esporos que sobem ao monte da folha seca a babada dúvida. As palavras que têm esporos dão de como em folhinha de samambaia, madura quando semeia. Faz de filho a filho semente, esperma, sêmen, germe. Esperando ser fecundada, esperando ser fé cuidada. Idealizando ser pensada. Ela própria, pensante, palavra, pulsante. Esperando sua fé e mais nada. Cabanas e cabanas de crepúsculos solares fazem lusque-fusques vocabulares em meio às névoas de discordâncias e pureza estelares. Olhe para cima! O céu apagou… Rimam ruínas e ruínas de dificuldades. Até se tornarem o ano do frio: por muito mais tempo a sorte a trouxe. Palavra de honra, a sorte a trouxe, palavra, antes que se escondesse à meia sombra da verdade, às costas da fotossíntese, em aporte ao aleitamento folhear, no pseudocarpo da antítese mais gregária: No herbário da Democracia argila é sentença de base e a oposição samambaia curva-se como a acerola lisa ao ananás. Palavra de honra, mesmo a coroa de espinhos mais pesada vem esporada do nada-palavra. Enquanto na, da palavra assertiva, certeza, de “como se”... Perderam a calda ácida, perderam o reino sem vento e vela, o filo, a família, classe e ordem, disso, pois, de assassina coragem, jorra jugular jovialidade. 

Não sabem o que fazem, eles que podam as árvores de esporos à fonética das flores. Sintáxos, idolatrados sonhadores sem filtro do sono, sem Arquimedes e sem Homem Vitruviano, hibernam as metáforas que constroem as ficções. Regador de boca larga mata bebê-planta. Sede de corda e raiz asfixiam a esperança que deseja ser bicorne, bulbiforme e seiva bruta lambança. Rolo compressor de papel toalha para enxugar a gordura que escorre látex do desmatamento matemático à batelada. Corta palavra, cai palavra. Corta pra lavra, cai pra lavra. Pes-ti-ci-da: O esgalho gago do mundo vai de terno hemoglobino enferrujar a visita à seiva elaborada. À noite, plantas respiram no quarto, o vento de CO² é a cócega da madrugada da saúde democrática. Cortaram o bulbo da palavra, todavia, de toda sorte, olvidaram da esporádica ocasião de parto e da floresta.




II.


O sistema multi esquelético do Regime democrático perdeu a sapiência imunológica para os reprodutores de barbaridades urinárias. Excrementam-se, mental e emocionalmente, à digestão do ódio. Esfregam. Esfregam, lépidos, o esterco de suas mais bestiais ideias. Hemodializam-se em mármore Carrara. Abaixo a Filosofia! Queremos Democracia! Abaixo a igualdade, queremos liberdade! Palmas macetadas para a figura minha de um Eu-Estado.

Palmas à morte dos condenados. Amém a crença do clã injustiçado, que de tão pobre bondade, foram impedidos pela Verdade de dizer boas mentiras, como perfeitos em má-fé da vontade, foram bajulados para, por mais alguns anos, serem sintomas de cólicas e gases. A prisão do ventre democrático comprova complicações intestinas nos prados da palavra. 




III.


Recomendamos endro no iogurte desnatado, desnascido, desaliviado. Suas propriedades antiespasmódicas podem ajudar a inibir tumores inflamatórios da dignidade. (Pesquisem por “dill”, porque é em dólar que matam as origens para se entender Brasil). Ponham endro na massala do peixe e hasteiem o anzol para mudar-lhe a essência de sua função. A vara ficará com artrite de carregar porcos, nesse caso, em menstruações dolosas, o edema custará mil vezes o “um real” e o aroma da panelada terá apetite de insônia. Quando a maré encher, o endro será útil no alívio da tensão e da salmoura dor, no litoral do nosso coração. Adquira já o seu através do 011 1406. Cuide da sua saúde com anzóis de qualidade! Fique fibra! Vitamine seus minerais de escavação verbal. Princípios ativos milenares! Millennialnares! E não se esqueça: a erva é doce mas não tão mole quanto o presidencialíssimo. Laxante a Ditadura! Para febres comunistas, pílulas antissépticas de endro (dill, for the intimates)! A broca da bandeira supurativa para ungir diuréticas revoluções. Abaixo o leite ideológico das mães! Isso é marxismo puerperal! Ânsia à ditadura! A democracia já está repleta de açúcar no sangue! Die-t. Abaixo a cirurgia! O povo quer convulsão. Coe e beba de 2 a 3 xícaras de chá por dia. Ferva o litro de água. Colha a semente de endro. Plante uma apiácea. Nasça. Renasça. Pague o dízimo da modernidade púbere. Seja conservadoristíssimo e não aceite mudanças. É dill, não endro!  É gastroenterite econômico-política e não crise. Crise é fake news. Dill neles! O dill nos previne condimentais. ⸙


Não dê sentimentos às árvores. Cortem o mal pela raiz. Nossa viagem aérea precisa de ar e não de amar. Prendam o piloto comunista! Como eu sei? Deu seu lugar à velha de vermelho que estava na cadeira de rodas do trem de pouso estatal. Queimem as florestas e vendam endro seco pelo dobro de flatulência. Algo cheira a podre no Reino do gravlax de salmão! Soterrem a lama comunista com rejeitos de mineração escolar! Reciclagem de peso é isto: resíduos são ganhos! Por uma nova ecologia ditatorial-democrática. O crime não pode parar, em nome de Deus! Não digam o nome de Deus em vão. Só se for residualmente! 














Abaixo de trinta metros de paz.

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Agora sim, Deus do Eu-Brasil acima de todos, amém. Digam aleluia, seus cafajestes! Só se eu morrer em nome de vocês o dill voltará a se chamar “endro”. Gritem aleluia, seus maricas. Põe em itálico no tocante a isso aí (sic) - Inaugura-se fábrica para estocar dill analgésico em Abrolhos. O preço do óleo de baleia sobe para a luz não se apagão. “Delenda a igualdade! Brasília a céu aberto é o tórax eleito! 50 anos de histamínico concentrado em cinco verves cicutas de multianos.”

Pinga homeopática a dosimetria da opressão varonil. 


“Se é pelo bem da noção, digo ao povo que 

albergo-me o direito de estrumar titica para a escória… 

Idolatrem-me. Salve, salve! 

Gigante pátria entre outras mil. 

Teu futuro espelha minha grandeza, 

Pátria, no teu seio flâmula de sonho intensa, 

colosso dos símbolos inglórios do passado. 


Como teu filho, não fujo à luta, 

nem temo quem teme a sua morte, 

terra adorada, mãe-seca gentil, 

pária amada, 

Bradill.”



Brasil, 2021.



Pec 215 e o Monumento às Bandeiras: http://demonumenta.fau.usp.br/monumento-as-bandeiras-2/

Imagem: freepik.com


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